Mimesis: A Representação da Realidade na Literatura Ocidental

Mimesis: A Representação da Realidade na Literatura Ocidental

Mimesis: A Representação da Realidade na Literatura Ocidental” é uma obra monumental escrita por Erich Auerbach, publicada pela primeira vez em 1946. Este ensaio crítico se estabeleceu como um dos textos mais influentes nos estudos literários e na literatura comparada. Celebrando cinquenta anos de sua edição brasileira, o livro continua a ser uma referência vital, oferecendo uma visão abrangente e profunda sobre a representação da realidade na literatura ocidental ao longo dos séculos.

Mimesis: A Representação da Realidade na Literatura Ocidental
Mimesis: A Representação da Realidade na Literatura Ocidental

Sobre o que se trata o livro

Auerbach, exilado da sua terra natal em meio à Segunda Guerra Mundial, utilizou seu tempo na Turquia para escrever “Mimesis”. O livro explora a evolução da representação da realidade na literatura, analisando como diferentes autores e épocas literárias retrataram a vida cotidiana e a experiência humana. Auerbach começa com a análise de obras fundacionais da literatura ocidental, como as de Homero e a Bíblia, e avança até autores modernos, como Virginia Woolf, cobrindo uma vasta gama de estilos e períodos.

“Mimesis” não é apenas um estudo de casos literários; é uma reflexão sobre como a literatura reflete e molda a percepção da realidade. Auerbach investiga a transição do realismo medieval para o realismo moderno, observando como diferentes tradições literárias influenciam a forma como a realidade é representada. O livro se destaca por sua análise meticulosa e pela capacidade de conectar obras e autores aparentemente distintos dentro de um panorama coeso.

Resenha

Erich Auerbach desenvolve uma análise rica e detalhada de como a literatura representa a realidade, abordando diferentes estilos e épocas. O livro está dividido em capítulos que exploram diferentes períodos e autores, funcionando como instantâneos da evolução literária ocidental.

Homero e a Bíblia

Auerbach inicia sua análise com Homero e a Bíblia, dois pilares da literatura ocidental. Ele observa como Homero utiliza uma narrativa épica para representar a experiência humana, contrastando com a forma como a Bíblia apresenta uma narrativa moral e histórica. Esta comparação inicial estabelece a base para sua exploração da representação da realidade na literatura.

A Literatura Medieval e Renascentista

Auerbach avança para a literatura medieval e renascentista, examinando como autores como Dante e Chaucer abordam a representação da realidade. Ele discute a forma como o realismo medieval é moldado por contextos teológicos e sociais, e como o Renascimento introduz novas formas de representação mais complexas e detalhadas.

O Realismo Moderno

O livro prossegue com uma análise do realismo moderno, com foco em autores como Flaubert e Virginia Woolf. Auerbach examina como o realismo moderno reflete a complexidade e a subjetividade da experiência humana, marcando uma transição significativa em relação às representações anteriores.

Abordagem Comparativa

Auerbach adota uma abordagem comparativa, conectando diferentes estilos e períodos literários. Ele destaca como as tradições literárias influenciam a representação da realidade e como essas representações evoluem ao longo do tempo. Essa abordagem permite uma compreensão mais profunda das mudanças na literatura e na percepção da realidade.

Descrição dos personagens

Embora “Mimesis” não tenha personagens no sentido tradicional, Auerbach faz referência a vários autores e figuras literárias que desempenham papéis importantes na análise do livro. Esses autores, como Homero, Dante, e Woolf, são discutidos em detalhe, atuando como representantes de diferentes estilos e períodos literários.

Sobre o autor

Erich Samuel Auerbach nasceu em Berlim em 9 de novembro de 1892, em uma família judaica. Iniciou seus estudos no Liceu Francês e, após a Primeira Guerra Mundial, completou sua graduação e doutorado em filologia romana na Universidade Frederico Guilherme (atualmente Universidade Humboldt). Auerbach trabalhou como bibliotecário e lecionou na Universidade de Marburg até ser aposentado forçadamente em 1936 devido à ascensão dos nazistas.

Após sua saída forçada da Alemanha, Auerbach foi para a Turquia, onde escreveu “Mimesis”. Em 1947, mudou-se para os Estados Unidos, onde continuou sua carreira acadêmica em instituições como a Universidade Estadual da Pensilvânia e Yale. Auerbach faleceu em 13 de outubro de 1957. Sua obra e sua abordagem crítica continuam a influenciar profundamente os estudos literários.

Ano de lançamento

A primeira edição de “Mimesis” foi publicada em 1946.

Outros livros do autor

  • Dante, als Dichter der irdischen Welt (Dante, Poeta do Mundo Terrestre) – 1929
  • La scienza nuova (tradução de Giambattista Vico) – 1928

Críticas especializadas

Mimesis” é amplamente elogiado por sua profundidade e abrangência. Manuel da Costa Pinto descreve a obra como um “afresco da civilização ocidental”, destacando sua importância na crítica literária. Edward W. Said elogia o livro por seu exemplo humanista imorredouro, sublinhando a relevância contínua da obra. Auerbach é reconhecido por sua habilidade em conectar diferentes períodos e estilos literários, proporcionando uma visão rica e multifacetada da literatura.

Detalhes do produto

  • Editora: Perspectiva; 7ª edição (16 fevereiro 2021)
  • Idioma: Português
  • Capa dura: 688 páginas
  • ISBN-10: 655505042X
  • ISBN-13: 978-6555050424
  • Dimensões: 23 x 13.8 x 4 cm
Mimesis: A Representação da Realidade na Literatura Ocidental
Mimesis: A Representação da Realidade na Literatura Ocidental

Conclusão

Mimesis: A Representação da Realidade na Literatura Ocidental de Erich Auerbach é uma obra essencial para estudiosos e amantes da literatura. Auerbach oferece uma análise profunda e abrangente da representação da realidade ao longo da história literária ocidental, destacando a evolução das técnicas de representação e os contextos históricos que influenciaram essas mudanças. A sua abordagem comparativa e a riqueza da sua análise fazem de “Mimesis” uma leitura indispensável para quem deseja compreender a literatura em sua totalidade.

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